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Visita ao
Museu da Marioneta

    Já conhecia bem o Museu da Marioneta. Mas o “passeio” pelas reservas, guiado pelas duas responsáveis máximas do Museu – Ana Paula Correia e Maria Carrelhas – com a oportunidade de ver fora da caixa algumas marionetas, foi uma outra experiência completamente. Ver de perto o espólio, e ter noção de quão grande é comparado com as limitações espaciais do Museu, dá vontade de pedir à Câmara Municipal de Lisboa para fazer obras de ampliação dos espaços! Foi uma surpresa ficar a saber que o convento tinha uma vida completamente diferente até há pouco tempo (as obras de requalificação datam de finais dos anos 90) e que algumas famílias, de entre dezenas que habitavam os espaços (muitos deles erguidos com alvenaria e chapa para além da traça original) ainda por lá vivem – e durante o passeio no terraço fomos, de facto, observados.

   

    Este convento que já foi casa, oficina, cinema, coração das marchas, que foi ampliado, reduzido e transformado ao longo de décadas e chegou a albergar centenas de pessoas, foi-nos mostrado em fotos do passado e até custa a acreditar o quanto mudou e o quanto estava mal cuidado. Mas após a sua requalificação, o Museu da Marioneta parece um mundinho de outra dimensão (no sentido do tamanho, já que é uma pequena fração de todo o edifício; e no sentido de um mundo diferente, já que nos leva a viajar pelas artes e variedades da relação que o Homem tem com os objetos e formas animadas).

    A riqueza, diversidade, dispersão geográfica da origem das marionetas expostas e da variedade das técnicas e matérias usados, fazem deste Museu uma pequena pérola que vale sempre a pena (re)descobrir. Mas, em boa verdade, o que mais impressiona são as riquezas escondidas do público geral, e que muito de quando em vez, conseguem ver a luz do dia. Apesar de alguns espaços museológicos terem sido já “roubados” a espaços de arquivo, para permitir expor tantas marionetas quanto possível, segundo as nossas anfitriãs durante a visita, há um espólio imenso, guardado em salas trancadas e com controlo de temperatura e humidade. Há um controlo rigoroso na catalogação e na minimização de potenciais transmissões de microrganismos, quando uma nova marioneta chega às reservas. E esse controlo tem toda a razão de ser: vimos serem retiradas das respetivas caixas algumas marionetas únicas, para as quais é necessário um espaço museológico adequado, mantendo as suas características e qualidades antes de serem expostas.

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